Pós-graduações IMED 2013

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Dancem macacos, dancem

Por mais que se deseje acreditar que o ser humano é superior, nossa natureza não é diferente da dos demais seres vivos. Embora as pessoas se acostumem a pensar que são melhores, que a nossa espécie foi criada à imagem e semelhança de um ser superior, os cientistas têm dito que as coisas não acontecem bem assim.

Muito de nosso comportamento "civilizado" está relacionado com o comportamento animal. Seguindo a teoria da evolução, podemos compreender que a mente também passou pelo processo evolutivo assim como todos os órgãos, e pôde se tornar mais complexa em simetria com o aumento do volume encefálico. Contudo, há estruturas cerebrais primitivas relacionadas intimamente com comportamentos reflexos e processos emocionais que nem sempre são compreendidas em termos racionais, mas que de fato influenciam nosso comportamento de forma decisiva. Talvez essa influência seja aquilo que Sigmund Freud chamou de "inconsciente".

É óbvio para os estudiosos do comportamento que a dimensão emocional e a cognição estão intimamente relacionados. Isso significa que, quando temos um pensamento que gera uma imagem de uma situação triste, via de regra um sentimento de tristeza, em maior ou menor grau, é despertado, da mesma forma que, quando nos sentimos tristes, tendemos a recordar mais dos maus momentos que vivemos do que dos momentos felizes. Portanto, dizer que o pensamento é racional e puro, no sentido de que é desprovido de uma "carga" emocional, é sustentar uma quimera. Mas esta "obviedade" passa desapercebidamente pela maioria das pessoas, e continuamos a dividir nossos atos em "racionais" e "irracionais" como se fossem algo qualitativamente diferentes. Mas não são.

Gostamos de acreditar que somos superiores porque fomos à Lua... porque construímos armas atômicas... porque conseguimos um grande nível de manipulação biológica... mas pensamos em nossos colegas de espécie que morrem de fome? que morrem de frio e que são discriminados por suas crenças ou comportamentos? Pensando assim, talvez não sejamos mais do que macacos dançarinos, e só nos reste continuar dançando (recomendo: Dancem, macacos, dancem e Eu, primata).

2 comentários:

Fernando disse...

Um macaco resolveu dublar este filme em português. :S
http://br.youtube.com/watch?v=dPH3iynhqK4

Anônimo disse...

pois é...
já no dançar se vê a impossibilidade de separar as duas coisas, afinal, o que é racional e o que é emocional na dança?
e os macacos, dançam? E são irracionais?
iiiii.... vou ter que ver o filme.

agora que aprendi o caminho, se continuar com textos reforçadores positivos como esse, poderei criar um comportamento condicionado de visitas e comentários!