Issac Newton (1643-1727) foi, certamente, um dos maiores cientistas de todos os tempos. Imerso numa época onde o pensamento aristotélico dominava a cena do conhecimento, propôs com sua genialidade uma visão revolucionária de mundo. Graças a ele se materializou na ciência o dito "Assim na Terra como no Céu", porque antes disso havia uma separação entre o mundo terreno, pecaminoso e imperfeito, e a esfera celeste supralunar, perfeita e divina, a morada das estrelas. Essa unificação permitiu uma visão harmoniosa do universo e alavancou o nascimento da ciência moderna.
Contudo, graças ao progresso científico e à colocação de novas questões originadas pela eletricidade e pela termodinâmica, no século XX o cenário científico modificou-se substancialmente. Uma nova física fez-se necessária para preencher lacunas deixadas pelos conhecimentos produzidos por Newton; paradoxalmente, esses conhecimentos exigiram ferramentas novas, mas trouxe a necessidade de uma revisão profunda no sistema de mundo newtoniano.
Os postulados da nova física fogem ao senso comum, propondo coisas como a impossibilidade de ver a matéria dissociada da energia: estes são dois estados que dizem respeito ao mesmo fenômeno. Descobertas como essa estimularam os pesquisadores das ciências humanas a importar estes princípios para a psicologia e a sociologia, por exemplo. Conceitos como entropia e complexidade hoje permeiam o discurso de vários pensadores, mas pode-se questionar se estes conceitos são adequadamente compreendidos e aplicados, pois mesmo na física há dificuldade para entendê-los.
O que pode agregar como conhecimento nas ciências humanas conceitos como a dualidade e a complexidade? Tem-se a impressão que os cientistas humanos preferiram superar a linguagem e os termos newtonianos para abraçar fortemente os novos conceitos da física, como que dizendo que os antigos conceitos foram totalmente ultrapassados, e termos como "complexidade" explicam melhor os fenômenos humanos do que os antigos termos da física. Mas cuidado: mesmo os físicos dizem que, para fenômenos ordinários e de baixa velocidade, a física newtoniana funciona, afinal, continuamos caindo mesmo que questionemos o que é a gravidade...
Um comentário:
É, Vinícius, não se pode pensar como adequado que as novas teorias desconsiderem tudo o que já existe, mas sim que possam complementar e enriquecer os conhecimentos já existentes com novas descobertas. A ciência não deve parar no tempo, mas também deve ter o cuidado de não querer se desfazer totalmente do que já existe em nome do futuro. Sorriso aberto agora como doutor, então, meu amigo! Eu chego lá um dia, OK! Um abraço
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