Pós-graduações IMED 2013

domingo, 20 de março de 2016

A coisa mais difícil do mundo



Enquanto o neto brinca na sala, sentado no chão, o avô sentado em frente à TV procura algum programa interessante. Nesta busca, fica alguns instantes assistindo a um documentário sobre a chegada do homem à Lua. Em seguida, passa para um canal de notícias em inglês. Após alguns instantes, troca para um programa que mostra um campeonato de xadrez.   

Aparentemente sem estar atento aos movimentos do avô, o menino pergunta:

- Vô, o que é a coisa mais difícil do mundo?

- Como assim? O vô não entendeu. Explica melhor o que você quer dizer.

- Olha ali... passou antes na TV as pessoas viajando no espaço. Isso é difícil porque a gente está fora do planeta. Também mostrou as pessoas falando inglês, que é difícil de entender. Jogar xadrez também é difícil, porque a gente não sabe o que o outro tá pensando. Então eu queria saber o que é a coisa de fazer que é a mais difícil do mundo.

Depois de um segundo e um sorriso, o avô responde:

- Olha, não sei o que é a coisa mais difícil do mundo, mas eu tenho um palpite.

- O que é, vô?

- Eu acho que a coisa mais difícil é mudar o comportamento.

Nesse momento, o pai do menino, que está passando pela sala, para e fica a escutar a conversa.

- Como assim?

- Sabe quando você tem que acordar cedo e ir pra aula?

- Sei, vô.

- É fácil fazer isso?

- Não.

- Por quê?

- Porque eu tenho muito sono e eu quero dormir.

- Então, mesmo que você goste da escola e dos seus colegas, mudar isso é difícil. Exige muita paciência e esforço, e muitas vezes a gente tem que fazer tudo de novo, do começo. Por isso eu acho que a gente mudar o que a gente faz é a coisa mais difícil do mundo.

O menino, pensativo, sai da sala para pegar outros brinquedos em seu quarto.  Nisso, o pai se aproxima e pergunta:

- Pai, por que você nunca disse essas coisas pra mim quando eu era criança?

- Porque, meu filho... porque eu também mudei meu comportamento.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Bonsai


O menino, curioso sobre o que ocupa tanto tempo do avô, se acerca e observa. As experientes e enrugadas mãos manejam firmes e com destreza a pequena planta, demonstrando ao mesmo tempo segurança e carinho. De canto de olho, o avô nota os movimentos curiosos do neto e sorri, sem que a criança perceba.


O aumento da curiosidade faz o guri se aproximar e, nas pontas dos pés, vê o avô revirando a terra que deixou desnuda a raiz. Ora olhando para a planta, ora olhando para o avô, percebe que isso deve ser importante, porque há seriedade, silêncio e um ar de sagrado.

- O que está fazendo, vô?

- Um bonsai.

- O que é isso?

- Uma pequena árvore.

- E como se faz isso? Como faz pra encolher uma árvore? Pergunta o menino, do alto dos seus sete anos de idade.

Sorrindo, o avô paciente e amoroso responde: - Bem, a gente faz isso cuidando das raízes e das folhas.

- Como assim?

- De tempos em tempos, a gente olha como estão as raízes, e poda elas. Corta aquelas que estão em excesso, mas deixa as que farão a planta continuar vivendo. Com isso, ela se adapta e cresce tudo aquilo que as raízes que ficam permitirem.

Atentamente, o neto ouve que além de podar as raízes é necessário fazer a poda das folhas e galhos. Não se pode deixar pouca raiz se não for retirado o excesso de folhas: raiz de menos ou folhas demais, a planta morre. Então, é preciso cuidar do que está embaixo da terra tanto quanto aquilo que está acima.

Sem tirar os olhos do vaso, o avô diz:

- Da mesma forma é com a gente. Nós temos raízes, que são a família de onde viemos, nossos pais e irmãos. Eles nos nutrem com suas experiências, seu carinho, seus defeitos e qualidades, e isso tudo é o adubo que faz bastante do que a gente é. Se não cuidamos disso e se não podamos aquilo do passado que nos atrapalha, o que vem das raízes poderá nos fazer mal. Ao mesmo tempo tem as folhas: precisamos tirar aquelas que consomem muito, sem cortar as que nos deixam vivos. Estas folhas são a nossa vida atual: nossa escola, nosso trabalho, nossos amigos, filhos, netos... Precisamos escolher o que nos ajuda a crescer e lidar com o que pode nos prejudicar. A sabedoria do bonsai nos ensina a olhar para as raízes e para as folhas, e com isso damos a forma para a árvore que queremos ser.

O menino sorri e corre para o pátio. Atento para a terra, o avô mergulha no passado pensando no futuro.

*Publicado no jornal Diário da Manhã de Passo Fundo, 7 e 8/11/2015

quarta-feira, 20 de maio de 2015

A importância da psicologia

Todos nós, intuitivamente, avaliamos o comportamento. Quando estamos no trabalho e observamos se nosso colega trabalha mais ou menos do que nós, quando estamos na calçada e cuidamos se as pessoas olham para os dois lados antes de atravessar a rua ou quando damos uma reprimenda ao filho porque ele não tem se comportado bem, estamos na verdade determinando o nosso comportamento a partir de uma avaliação do comportamento do outro. Assim, as pessoas se avaliam de forma livre, utilizando o aprendizado que tiveram durante suas vidas. Chamamos a isso de senso comum, que é uma forma básica e natural de avaliar o comportamento.

Fonte: UFMS

Um psicólogo tem por ofício avaliar, compreender e intervir no comportamento, mas para isso não utiliza o senso comum, e sim os métodos da ciência. A psicologia nasceu oficialmente em 1879, na Alemanha, na Universidade de Leipzig com a abertura do primeiro laboratório de psicologia experimental, por Wilhelm Wundt. Na época, houve uma grande preocupação em fazer com que o estudo do comportamento tivesse uma base científica, e isso acabou separando o estudo do comportamento (a psicologia) da área-mãe, que era a filosofia. Mesmo que hoje o diálogo entre filosofia e psicologia continue fundamental, cada uma seguiu seu rumo.

Desde aí, muitos estudiosos contribuíram significativamente para a compreensão do comportamento. Sigmund Freud propôs que nossos comportamentos não são totalmente controlados pela vontade, abrindo um vasto terreno de investigação. Carl Rogers propôs que o ser humano tem bons potenciais para o crescimento, e o ambiente pode nos ajudar ou criar barreiras para o crescimento saudável. E assim a psicologia foi amadurecendo.

Nos Estados Unidos, no início do século XX, John Watson propôs que apenas uma análise científica do comportamento poderia ser confiável. Não basta apenas utilizar a intuição e opiniões; a ciência seria a ferramenta central que daria o conhecimento que precisamos para compreender o ser humano. Desta forma, Watson reafirma as ideias de Wundt e fortalece as bases para o surgimento do estudo científico do comportamento. B. F. Skinner foi um dos principais pilares da psicologia científica, e propôs estratégias eficazes para a compreensão e a modificação do comportamento. Suas ideias foram amplamente aceitas e utilizadas. No campo educacional, por exemplo, seus princípios de educação autodirigida formaram as bases para o aprendizado mediado por computador e o que hoje conhecemos por educação à distância (EaD). Pode-se dizer que hoje a educação tem muito a ganhar ao continuar utilizando as ideias de Skinner.

Hoje a psicologia contribui para melhorar os relacionamentos humanos e aumentar a qualidade de vida. A ciência psicológica atua no tratamento de transtornos mentais, como os transtornos de ansiedade e os transtornos de humor. Cria todos os dias novas ferramentas de avaliação do comportamento. Está presente no sistema educacional, auxiliando a gerenciar conflitos e melhorando o potencial de aprendizado de nossos filhos. Está nos hospitais e consultórios odontológicos, aprimorando o relacionamento entre a equipe e o paciente e promovendo a saúde. Está nas empresas, melhorando as relações e buscando promover a qualidade de vida no trabalho. Está no fórum e nos presídios, auxiliando os operadores do direito a compreender a complexidade do comportamento humano, e ajuda o arquiteto a construir espaços que sejam funcionais, agradáveis e ao gosto do cliente. A psicologia está em toda atividade humana.

É inegável a importância e a amplitude que a psicologia possui. A sociedade a cada dia está reconhecendo mais a necessidade de compreender o comportamento de forma científica e confiável. Essa é a proposta e a importância da psicologia para todos nós, e ela só deixará de ser importante quando não houver mais seres humanos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Boas festas

Embora as pessoas tenham os feriados de Natal e Ano Novo como momentos de festa e confraternização, é bastante comum ver aumento do estresse e o surgimento de vários conflitos. O que deveria ser uma época de amor e paz pode trazer muitas dores de cabeça e brigas familiares. Por que isto acontece? Durante o ano, as pessoas seguem suas vidas rotineiras, trabalhando, estudando, namorando, viajando, levando e trazendo os filhos da escola, e muitas vezes nem têm tempo direito para pensar em si. Essa correria que todos vivemos não nos deixa ver nosso envelhecimento, nossos desejos, nossos medos e nossas esperanças. E também nos ajuda a esquecer das mágoas do passado e das pessoas que machucamos ou que nos machucaram. 

As festas são momentos onde os parentes se visitam, e nessa onda os antigos conflitos podem reaparecer. Se temos lembranças ruins ou más experiências de nossa infância, nesses momentos podemos estar comemorando com algum desafeto. Os conflitos familiares poderão ser aumentados pela expectativa da presença de quem nos magoou ou que magoamos. E tudo aquilo que deveria ser felicidade e esperança vira um tormento. 

Então não tem jeito? Ou temos a sorte de ter bons relacionamentos familiares e tudo corre bem, ou estamos fadados à infelicidade? Felizmente, há estratégias para lidar com os revezes afetivos. Uma destas possibilidades é conversar. Aproveitar este momento para fazer as pazes com quem nos magoou pode ser um importante lenitivo para nossas tristezas. Numa hora destas, não tem importância quem é o culpado, ou quem atirou a primeira pedra; o fundamental é abrir-se para conversar, pedir desculpas e aproveitar o que o futuro tem de bom. Numa briga, geralmente as duas partes possuem responsabilidade; mas mesmo que uma seja mais "culpada" que a outra, o exercício do perdão sincero é um excelente remédio para todos. Afinal, mais do que presentes e comidas, o Natal não é a celebração do perdão e da esperança entre as pessoas? Um perdão sincero é um presente muito maior do que uma ceia cara. 

Se o perdão já foi dado ou pedido, e o outro não está ainda preparado para aceitar... talvez se precise apenas dar tempo ao tempo. Assim como nós não estamos sempre prontos para ouvir uma verdade, o tempo da outra pessoa ainda pode não ter acontecido. Cabe então esperar, com a confiança de que um dia as coisas fiquem claras para o outro, como ficaram para nós.

Tem forma melhor de iniciar um Novo Ano?

domingo, 7 de setembro de 2014

Uso de estimulação magnética transcraniana é eficaz no tratamento de sintomas depressivos

Um estudo conduzido pelo McLean Hospital, da Harvard University, apresentou que a estimulação neurológica através de campos magnéticos é eficaz no tratamento de sintomas depressivos, aliviando o humor dos pacientes.

Fonte: Harvard Gazette

O campo magnético possui menor intensidade em comparação àqueles utilizados na estimulação magnética transcraniana (EMT) convencional. Contudo, possui uma frequência mais elevada; isto seria um dos fatores que melhoraria mais rapidamente o humor dos pacientes em relação à EMT convencional, que demora mais para produzir os efeitos desejados.

Uma combinação entre EMT de alta frequência com medicamentos pode ser uma estratégia eficaz no tratamento da depressão. Pode-se pensar também que a utilização da EMT até que os medicamentos comecem a ter efeitos mais duradouros sobre o humor (o que geralmente dura entre duas e três semanas) seja considerada um aperfeiçoamento ao tratamento convencional.

O avanço no tratamento de sintomas depressivos é algo necessário, tendo-se em vista os grandes prejuízos pessoais, interpessoais e laborais que provocam na vida de uma pessoa. Deve-se sempre ter em vista que apenas o tratamento medicamentoso, por si só, não é uma estratégia totalmente eficiente para a melhora dos sintomas. A psicoterapia é fundamental para a melhoria dos sintomas depressivos, ajudando o paciente a rever aspectos de sua vida e a melhorar o controle de novas crises.

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terça-feira, 22 de julho de 2014

Discurso de formatura da turma de psicologia 2014-2 da IMED


Agradeço profundamente o convite para ser paraninfo da turma de psicologia 2014-2 da IMED. Compartilho abaixo o discurso da formatura.

Caros novos colegas psicólogos e demais presentes,

Sempre digo que a psicologia é uma escolha difícil, e que é um dos cursos que mais exige da gente. Já disse que estudar outras áreas é relativamente mais fácil do que estudar psicologia, porque estudamos o comportamento. Esta dificuldade, ou complexidade, ocorre porque existem muitos fatores que influenciam a forma como nos comportamos: temos os fatores genéticos, os ambientais, os sociais, que interferem no nosso comportamento de forma muito significativa... uma outra razão, mais densa que essa, é que precisamos aprender a ver a nós mesmos com outros olhos. Posso dizer que esta é a grande tarefa do curso de psicologia: fazer com que os alunos enxerguem coisas invisíveis e dolorosas, mas, ao mesmo tempo, libertadoras.

Existe uma outra razão pela qual a psicologia é uma escolha difícil. Nossa profissão ainda é invisível à sociedade. Muitas vezes as pessoas, por pura não compreensão do que faz um psicólogo, acaba achando que nós "apenas conversamos", ou que "não dizemos nada", ou que não propomos soluções. Esta é uma prova que devemos, como parte de nosso trabalho, a busca de uma maior compreensão do que a psicologia deve e pode fazer. Reforço que é compromisso de vocês, nosso, que a psicologia seja divulgada de uma forma que as pessoas saibam para que ela serve, e assim nosso serviço para a sociedade seja aperfeiçoado.

Escolher a psicologia não é algo fácil porque por mais que vocês tenham o desejo de compreender o comportamento do outro, sempre o seu comportamento estará também no jogo. Vocês se confrontarão com dúvidas, e aprenderão com o semelhante coisas que ainda nem imaginam. Tudo isso pelo desejo que possuem de compreender o que o outro pensa, e por que o outro faz o que faz.

Para sermos psicólogos, precisamos empreender duas jornadas: uma técnica, a outra, pessoal. Tecnicamente, vocês receberam durante a formação uma ótima base teórica e prática. O compromisso da IMED, desde quando se constituiu como faculdade e desde que este curso iniciou, foi e é a de formar não apenas bons profissionais, mas os melhores profissionais. Queremos formar os melhores psicólogos, pois é apenas desta forma que faremos a diferença.

A outra jornada, pessoal, do conhecimento de si mesmo, é dura. Hoje, em tempos rápidos, onde a informação é um bem de consumo, parece que o autoconhecimento deixou de ter a importância que realmente merece. Talvez o verdadeiro autoconhecimento nunca tenha sido realmente valorizado como deveria, pois se assim o fosse é bastante possível que hoje teríamos uma sociedade melhor, menos corrupta, e que valorizasse mais o ser humano. Vocês acreditam nestes valores, e por isso fizeram psicologia.

Vocês serão buscados pelas pessoas quando elas estiverem em situações difíceis, frágeis, desconsoladas e perdidas, quando tiverem perdido os que amam e aquilo que acreditavam que era a verdade de suas vidas; quando houver uma catástrofe e perderem tudo, de material e de sentimental. Vocês, contudo, não darão respostas definitivas sobre o que elas deverão o não fazer, mas as ajudarão humanamente a encontrar e a construir suas próprias respostas, a resgatar o sentido de suas vidas.

As verdadeiras questões continuam as mesmas, e permanecem intrigantes: quem somos nós? de onde viemos? e para onde vamos? pensar nisso desperta desconforto, dor, e preferimos muitas vezes uma vida rápida e vazia, porque assim a dor, que nos incomoda, não aparece. Mas não, um dia ela vem com toda a força, e nos leva... se não conseguimos achar as respostas por nós próprios e a dor persistir, é um psicólogo que pode nos auxiliar. Esta é uma nobre atividade, isso mostra o que possuímos de realmente humano, e isso torna o mundo melhor.

Por fim, me resta agradecer a vocês não apenas pelo convite como paraninfo desta formatura, mas por tudo o que vocês me proporcionaram. Muito obrigado pelo aprendizado que tive com vocês ao longo destes cinco anos. Obrigado por me mostrar que nosso trabalho traz ótimos frutos. Por mostrar que ajudamos as pessoas em momentos críticos, e que isso faz toda a diferença do mundo, para nós e para elas. Obrigado por acreditarem na psicologia e por escolherem, como um dia eu escolhi, ela como minha profissão. Isto também me tornou mais humano. Não desistam nunca de seus sonhos, porque são eles o que realmente nos mantém vivos. Sucesso!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Descobertos genes relacionados ao Transtorno Afetivo Bipolar

O transtorno afetivo bipolar (TAB) é caracterizado por grandes variações de humor, fazendo com que a pessoa ora experimente fortes sintomas depressivos e, pouco tempo após, sinta-se muito bem, com energia e disposição bastante elevadas. Estes sintomas causam prejuízo significativo nas relações interpessoais e no trabalho, pois se a pessoa possui dificuldade para estabilizar seu humor, alternando períodos de "alta" e "baixa", terá dificuldades para manter um relacionamento estável e um rendimento laboral adequado.

A prevalência do transtorno, segundo o DSM-5, é de aproximadamente 0,6% da população (nos Estados Unidos). Considerando estes dados para o censo do Brasil (2010), estima-se que cerca de um milhão de pessoas tenha o transtorno.

Fonte: Cultura

Recentemente, o professor Markus Nothen da Universidade de Bonn, Alemanha, identificou genes relacionados com o transtorno bipolar. Comparados com pessoas sem o transtorno, há três genes que ocorrem com maior frequência em pessoas com o transtorno, o que poderia aumentar as chances de provocar as variações de humor.

Os achados são relevantes para a compreensão mais ampla do transtorno. Contudo, reduzir o TAB à genética é simplista. Dados de pesquisa neurológica apontam que as estimulações que uma pessoa tem do ambiente são tão determinantes quanto a genética na definição do comportamento. Mesmo que uma pessoa tenha genes que favoreçam o TAB, o ambiente é "gatilho" que favorece, ou não, o aparecimento dos sintomas. Se uma pessoa possui os genes, mas o ambiente oferece poucos estressores ou a pessoa gerencia bem estas pressões, a probabilidade de aparecimento dos sintomas é muito menor.

Dados de pesquisa genética e biológica precisam ser cruzados com a pesquisa psicológica. O comportamento humano é complexo e multideterminado. Hoje se sabe que não podemos, apenas em raras situações, atribuir a causa de algum transtorno mental apenas a um fator. Quando fazemos isso, estamos simplificando uma coisa que não é simples. A melhor compreensão do comportamento humano leva em conta a grande gama de variáveis ambientais e biológicas que nos constituem e compõem nossa história.