A capacidade de adaptação ao ambiente é uma das propriedades dos seres vivos. Esta habilidade permite que o organismo e as espécies se ajustem às mudanças ambientais normais e esperadas, tanto quanto àquelas que não estão previstas. Sem a capacidade de adaptação e mudança, os seres vivos estariam extintos.
Fonte: http://www.ideachampions.com
No caso dos seres humanos, há uma combinação fina e complexa entre a adaptação e a capacidade de mudança. Pela nossa herança evolutiva, possuímos uma forte tendência a nos ajustarmos comportamentalmente a uma determinada situação, e após este ajuste não temos muito interesse em fazer novas mudanças de comportamento. Do ponto de vista cognitivo essa estabilidade é importante, pois nos garante certa permanência de respostas de comportamento: se um comportamento funcionou bem no passado, por várias vezes, ele possui boa probabilidade de funcionar bem em situações semelhantes no futuro. Isso explica, em parte, porque é tão difícil mudar velhos hábitos, especialmente se eles foram bastante reforçados.
Mas a mudança é necessária, e periodicamente ela mostra suas exigências. Ela é o indicador inequívoco de que a natureza, o mundo, as pessoas não são estáticos, e isso exige sempre, em alguma medida, uma resposta do organismo. Essas mudanças podem ser superficiais, como as coisas simples do dia a dia como comprar uma roupa nova, ou podem ser essenciais e marcantes; essas exigem os esforços mais profundos e causam as dores mais significativas, porque provocam uma revisão na forma como nos comportamos, como vemos as coisas. Mudanças assim são dolorosas, e por isso acabamos adiando, resistindo, negando.
Estamos novamente nos aproximando de um período que tradicionalmente as pessoas reveem seus comportamentos, conceitos e expectativas sobre a vida. É um momento no qual a mudança pode acontecer mais facilmente porque existe uma sensibilidade para a avaliação e a mudança. Mas estamos falando das superficiais ou das profundas? É uma mudança de visão de mundo? De alguns paradigmas, pelo menos? Os esquemas cognitivos nos dão parâmetros para lidar com o mundo, mas em algum momento eles mesmos necessitam de revisão. Por óbvio que as mudanças superficiais são as mais fáceis, mas as mudanças de referência, de esquema de mundo, são as mais duradouras. O esforço de mudar algum aspecto enraizado de nosso comportamento é grande, mas ele está acompanhado geralmente de bons ganhos.
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