Contudo, experiências de medo excessivo podem ter efeitos colaterais, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O DSM-5 (2013) refere este transtorno como uma situação de exposição a situações que geraram risco de morte, lesões ou violência sexual, seja ela vivida ou presenciada.
Fonte: iStock/HMS
Os principais sintomas do TEPT são a recorrência involuntária de memórias intrusivas do evento e um esforço importante para evitar essas memórias, sonhos relacionados à situação e problemas de sono, uma revivência do trauma, como se estivesse novamente o presenciando e evitação de pessoas e situações que possam relembrar o trauma. Além disso, pode ocorrer "apagões" de memórias relacionadas ao evento, medo de estranhos, dificuldades de concentração. Finalmente, os aspectos emocionais incluem um sentimento de ser mau por ter passado pelo evento, culpa, medo, irritabilidade aumentada, vergonha e dificuldade para sentir novamente emoções positivas.
Como estratégia de tratamento deste quadro, pesquisadores do McLean Hospital da Harvard Medical School relataram que a alteração da atividade da córtex pré-frontal medial está associada com uma redução da atividade da amígdala, estrutura cerebral associada a comportamentos de medo. O pesquisador Vadim Bolshakov publicou um artigo na revista Neuron onde relata que as experiências de medo em ratos foram suprimidas através da estimulação desta região da córtex. Assim, houve uma inibição do funcionamento da amígdala, e as reações fortes de medo que antes ocorriam passaram a praticamente não ocorrer mais.
Esse achado pode ajudar de forma importante a tratar pessoas com dificuldades severas em lidar com o medo, especialmente para aquelas que a psicoterapia não esteja sendo eficaz. O conhecimento dos circuitos cerebrais envolvidos nas respostas emocionais é fundamental para compreendermos os mecanismos do comportamento, além de fornecer novos recursos terapêuticos para o tratamento de psicopatologias.
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